Uma boa ideia, mas faltou equilíbrio!

Nós gostamos muito da proposta de vinhos produzidos com a menor manipulação possível de conservantes ou “melhoradores”. E qualquer proposta de cultivo orgânico ou com o uso moderado de defensivos agrícolas é sempre bem-vinda. Este vinho, por exemplo, tem a proposta SO2 free (livre de sulfito), o que é uma ideia bem interessante – nós já citamos o uso excessivo do sulfito no artigo Os defeitos no vinho como uma imperfeição no vinho, confira! Pois bem, nós o resfriamos e depois de algum tempo descansando no decanter, resolvemos degustá-lo. As nossas impressões foram as seguintes: trata-se de um tinto aromático, com notas frutadas (de cereja e de groselha) e, também, de madeira. Possui corpo médio, com taninos presentes, persistente e com a acidez equilibrada. Só que tem um detalhe: ele possui um alto teor alcoólico (14,5%) e mesmo descansando muito no decanter e nas taças, a presença do álcool foi muito forte (tanto no cheiro quanto no gosto) e persistiu durante toda a degustação, o que tornou a experiência frustrante. Nós tentamos prová-lo em momentos diferentes: sozinho e com o almoço (massas frescas, uma com ragu de cordeiro e a outra com ragu de pato): com o ragu de cordeiro a experiência foi mediana e com o ragu de pato não deu para beber junto, pois a acidez do vinho ficou forte. Ocorre que, nos dois casos, o bendito do álcool ficou ainda mais nítido e foi, sem dúvida, o que tornou as harmonizações difíceis. É um vinho que nós consideramos bem desequilibrado e, por isso não nos proporcionou prazer. Não conseguimos apreciá-lo nem sozinho e nem ao lado das refeições, infelizmente! Ele saiu de R$106 por R$89,49 na World Wine em janeiro de 2017.