Este vinho verde foi elaborado a partir da casta Alvarinho, cuja produção é biológica. Ele não foi filtrado, passou pela fermentação malolática e, por fim, não houve adição de sulfitos. Isso é, resumidamente, o que se depreende da ficha técnica do vinho.
De forma geral, tais informações significam que: 1) o cultivo da uva Alvarinho foi bastante rigoroso, no sentido de evitar produtos químicos ou de se valer deles com muito bom senso; 2) o vinho não foi filtrado, de modo que as partículas inerentes à uva estão presentes e têm a capacidade de potencializar o sabor e os aromas da bebida, além de protegê-la da oxidação e lhe proporcionar mais longevidade; e 3) a fermentação malolática é um processo em que a acidez do vinho é atenuada e alguns novos aromas podem surgir, a depender de onde esse processo foi feito.
Bom, o nosso primeiro encontro com esse exemplar foi na própria Quinta de Soalheiro, ao lado de vários queijos, pães e embutidos deliciosos. A lembrança dos aromas inusitados e do sabor delicado desse vinho verde nos fez desejar um segundo encontro!
Dessa vez, nós o degustamos com muito mais atenção e as impressões gerais foram as seguintes: trata-se de um vinho branco bem aromático (notas de abacaxi e de damasco em calda, tomilho e caramelo), seco, de corpo médio, final longo e com uma acidez moderada.
É, de fato, um vinho saboroso, bem macio e agradável. E os seus aromas são deliciosos! Curtimos exemplares cuja acidez seja marcante, mas adoramos a proposta desse vinho, sobretudo porque ele traz um conjunto de características inusitado e balanceado. O estilo convencional do vinho verde pode cansar o paladar, por isso é que experimentar outras possibilidades é um alento para os sentidos.
Ele foi harmonizado com um prato mais arrojado: uma massa recheada com abóbora sob uma camada de carne seca puxada na manteiga de garrafa. A combinação foi bem boa, sobretudo porque dosamos os temperos, a gordura e a quantidade de ingredientes para que tudo ficasse equilibrado e delicioso!
Apesar de muitos enófilos não terem paciência para assuntos técnicos, é importante conhecer alguns artifícios enológicos e entender que é possível criar exemplares bem diferentes uns dos outros. Na prática, vale a pena fugir dos “vinhos de sempre” para nunca cair na armadilha de achar que todos os vinhos são iguais.
Esse exemplar custou cerca de 15 euros lá na Quinta de Soalheiro e no site da Garrafeira Nacional, apesar de estar indisponível, sai por R$65,77.
Obs. Se você perdeu o nosso passeio pelas quintas/vinícolas da região dos Vinhos Verdes e do Douro, confira o Diário de Bordo! Veja, também, outros vinhos verdes da Quinta de Soalheiro que provamos aqui no blog! E, claro, se você já bebeu o Soalheiro Nature Pur Terroir Alvarinho, avalie-o!