Uma aula sobre mineralidade regada a Malbec

Este vinho foi um dos três rótulos que fizeram parte do Capítulo 11 do projeto Tão Longe, Tão perto. O tema desse encontro foi Mineralidade e o sentido da vida.

Já falei sobre esse projeto da sommelière Gabriela Monteleone nesse link aqui. Os encontros continuam e a ideia segue viva e se adaptando bem ao momento em que estamos.

Especificamente sobre o Capítulo 11, confesso que o tema me pegou em cheio. Desde que eu comecei a estudar sobre vinhos, a expressão mineralidade aparece sem qualquer cerimônia nas fichas técnicas e no discurso de enófilos e especialistas. Tem quem rejeite o termo, outros o relacionam com aromas e texturas do vinho e muitos ainda não têm ideia do que ele significa e nem sabem quando usá-lo.

A proposta de um diálogo sobre isso me animou bastante. E, fora o interesse pelo assunto, os vinhos da Zuccardi já estavam na minha lista de compras faz tempo, então pude aliar uma coisa a outra.

Pra quem ainda não teve a oportunidade de conhecer a Zuccardi ou beber algum de seus vinhos, eis algumas informações importantes: segundo o site oficial da Família Zuccardi, a vinícola é uma empresa familiar fundada em 1963 por Alberto Zuccardi. Na época, Alberto começou a plantar vinhedos em Maipú (província de Mendoza), valendo-se de um sistema de irrigação idealizado por ele com base num método empregado na Califórnia. Quarenta e cinco anos depois, já são três as gerações que passaram pela empresa. Hoje, além de Maipú, há vinhedos também em La Consulta, Vista Flores, Altamira e Santa Rosa.

A Família Zuccardi foca em 4 objetivos: elaborar vinhos de qualidade, manter uma constante capacidade de inovação, trabalhar em total harmonia com o meio ambiente e ser útil à comunidade da qual faz parte. O trabalho foi reconhecido pela revista Decanter, que elevou José Alberto e Sebastián Zuccardi como duas das 5 personalidades mais influentes do vinho argentino.

Sobre o vinho Polígonos 2016, a Grand Cru o descreve da seguinte forma: originado em Gualtallary, onde os vinhedos têm veios de cascalho cobertos por calcário e areia, este Malbec, feito 100% com leveduras nativas mostra a mais pura tipicidade da sub-região de Mendoza. Além de ter estagiado em carvalho, também passou bom tempo em ovos de concreto, o que originou um paladar bem estruturado e suculento, com final longo e profundo. Um grande vinho para acompanhar a boa mesa – versátil .

Impressões: é um tinto de média intensidade aromática, com notas de frutas vermelhas frescas (ameixa apareceu em destaque), além de violeta e menta. Perceptíveis também os aromas de carvalho e de pimenta do reino. O vinho é seco, encorpado, com taninos médios, de persistência longa e com uma boa acidez. O retro-olfato é marcado pela fruta e, bem sutilmente, pela madeira.

O vinho emana jovialidade. Da cor à boca, ele é vivo, fresco e muito saboroso.

A garrafa regou o encontro virtual e nos acompanhou também no almoço. Aliás, um baita almoço: pedimos nhoque com ragu de rabada e farfale com ragu de ossobuco, uma alegria calórica vinda lá do Casa Europa e que, por si, valeu muito a pena. Considerando a composição, o nhoque rendeu a combinação mais acertada e equilibrada entre os dois pratos. Aliás, impressionou a estrutura do vinho, que segurou um molho bem poderoso e intenso. Foi uma senhora refeição…

O preço do Polígonos é de R$ 389,90 na Grand Cru.

Outras opções de tintos nacionais e importados? É só clicar aqui.

E se você já experimentou o Polígonos Malbec 2016, avalie aqui embaixo.