Não vejo sentido nos tais vinhos de verão ou vinhos de inverno. Vinho não tem estação. Acredito que só seja possível pensar em algo do gênero se, por um instante, a gente deixar de olhar pros vinhos e começar a pensar na sazonalidade das comidas.
Enquanto no verão reinam os frutos do mar, os frangos grelhados e as saladas coloridas, no inverno a gula é pelas massas, pelos queijos e ensopados.
Pois, pra cada um dos pratos citados existe um perfil de vinho que se encaixa melhor. E ainda que se escutem histórias sobre um pessoal que vai pra praia e pede Tannat pra parear com ostra, é sabido que tem coisa que combina e tem coisa que simplesmente arruína a experiência.
Portanto, se os pratos de inverno costumam ser mais saborosos, gordurosos e suculentos, os tais vinhos de inverno precisariam ter mais complexidade, mais corpo e texturas mais firmes pra parearem melhor com a comida.
Partindo dessa ideia e entrando na história do post, pergunto: qual é o pecado mais popular no inverno? Pra mim, é o fondue. Brasileiros têm um caso sério com fondue. E não só por aqueles de queijo, carne e chocolate: tem uma dúzia de receitas no Google, como fondue de leite Ninho, doce de leite, vegano, nutella, entre outras surpresas.
Resolvi homenagear essa criatividade toda e celebrar o meu inverno com um previsível e saboroso fondue de queijo. Pra coroar esse pecado, a Portus Cale me enviou o Bacalhôa Chardonnay 2019 que foi a estrela da noite.
Já falei um pouco sobre a Bacalhôa Vinhos de Portugal nesse link aqui. Ela é uma das maiores empresas em Portugal e tem uma história de expansão muito próspera. De 1998 pra cá, investiu na aquisição de novas propriedades, na modernização de técnicas e estruturas e na diversificação do catálogo. Ocupa uma forte posição no mercado nacional e internacional.
Quem traz o vinho é a Portus Cale, importadora que é especialista na importação de marcas portuguesas e que conta com uma linha de rótulos tradicionais, veganos, em lata e Kosher.
A importadora fornece a ficha técnica do Bacalhôa Chardonnay 2019 e descreve que a uva teve uma maturação lenta, originando características minerais, florais e um ótimo balanço em acidez natural. Destaca a fermentação e a maturação integral de 71% do vinho em barricas novas de carvalho francês, além da batonnage pra dar uma maior complexidade de aromas e sabores. Engarrafado em abril de 2019, o vinho apresenta cor amarela pálida, com reflexos esverdeados, um aroma rico de frutos amarelos, como o pêssego e o ananás, com notas tostadas e abaunilhadas. Na boca, traz frutas amarelas combinadas com madeira e uma franca acidez, resultando num final cheio e persistente.
Impressões: é um vinho branco frutado e que logo traz o abacaxi maduro à mente. Além da fruta, dá um passeio pelas notas frescas de alecrim e traz intensos aromas amanteigados e tostados. Ele é seco, de médio corpo, com uma acidez média e um final longo.
Ele é correto e fácil de agradar o paladar dos que curtem vinhos com passagem pela barrica. É agradável, redondo, traz um bom volume de boca e uma sensação amadeirada que persiste no retrogosto. Por fim, é uma opção bacana pra combinar com vários pratos do dia a dia (no inverno e no verão!).
Por aqui, rolou o tal fondue com base nos queijos Estepe e Gruyère e que foi todinho feito do zero. A cada mergulho dos cubinhos de pão de fermentação natural, vinha a confirmação de que a harmonização foi perfeita. O vinho mostrou que tem estrutura pra parear com uma comida substanciosa e intensa. Por fim, o prato ganhou uma companhia à altura – ou foi o vinho que ganhou um prato à altura?
O Bacalhôa Chardonnay 2019 sai por R$199 no site da Portus Cale – confira nesse link.
Outras degustações desse blog? É só clicar aqui.
E se você já experimentou o Bacalhôa Chardonnay 2019, avalie aqui embaixo!