Há diversas bodegas no Uruguai e, entre elas, a Narbona Wine Lodge. A Narbona fica em Carmelo, só que descobrimos em Punta del Leste um local que leva o nome da bodega, mas que funciona como um café, restaurante e empório.
No dia que passamos lá, infelizmente o restaurante não abria. Então fomos de cafezinho na varanda e fizemos umas compras no empório. Além dos queijos, embutidos, doce de leite e granola, havia também uma pequena variedade de vinhos à disposição. Disseram que alguns rótulos ainda estavam pra chegar, tipo o Luz de Luna Tannat que eu tinha uma certa curiosidade para provar.
Estávamos com pressa e acabamos levando apenas dois rótulos: um tinto e um branco. Só que antes deles, vale a pena falar um pouco sobre quem os produz!
Segundo a página oficial da Narbona Wine Lodge, a propriedade conta com 50 hectares localizados no casco da fazenda onde Juan de Narbona, em 1909, fundou uma das primeiras adegas do país. O local passou por uma reciclagem e, por volta de 1998, deu-se início à plantação dos vinhedos. Já em 2010, houve a construção de uma nova adega para a elaboração exclusiva do que a bodega afirma ser seus vinhos de alta gama. Segundo o site, são 15 hectares exclusivos de Tannat e se cultivam outras variedades francesas como a Pinot Noir, Petit Verdot, Viognier e Syrah. De modo geral, a bodega se vale da colheita manual e da seleção de cachos e de grãos para a escolha da melhor matéria-prima.
Um dos vinhos que compramos foi o Tannat Roble 2014. Escolhemos esse rótulo justamente por conta da Tannat ser a uva ícone do Uruguai. Originária da região francesa Mandiran, a Tannat foi levada ao Uruguai por Don Pascual Harriague e se adaptou tão bem no país que arrebatou o seu espaço no mercado de vinhos. Hoje ela é a variedade mais cultivada do Uruguai – quase 1/3 de toda a área plantada – e é a estrela das bodegas locais.
Especificamente sobre o Tannat Roble 2014, não encontrei a ficha técnica no site da Narbona. Segundo alguns e-comerces brasileiros – tal como a Wine -, esse vinho amadureceu por 12 meses em barricas de carvalho francês e se apresenta como um típico Tannat uruguaio: cor intensa, aromas de frutas negras maduras, especiarias e tosta, bom corpo, boa acidez e taninos finos.
Abrimos o vinho esperando tudo isso e alguns aromas terciários, considerando a safra.
Estávamos num hotel e usamos as taças e o abridor que encontramos por lá mesmo. Tinha decanter? Não, não tinha. E é por isso que o vinho só ficou mais aromático e vibrante depois de um bom tempo girando nas taças.
O que achamos: é um tinto de aromas frutados, com nota de carvalho, chocolate e couro. Ele é seco, de médio corpo, persistente, com taninos finos e com boa acidez. Sobrou um ardor a mais e, pro meu gosto, o sabor mais amadeirado competiu com o frutado.
No geral, o vinho entrega o que se espera: é intenso, potente e estruturado. Eu continuo me incomodando com teores alcoólicos elevados e com um final de boca marcado pelo carvalho, mas, pra quem gosta dessas características, a satisfação é garantida. É um vinho que harmonizaria bem com uma parrilla uruguaia, uma combinação que só não foi colocada em prática porque o clima era de praia e de frutos do mar.
Na pesquisa que fiz, o vinho pode passar dos R$ 100 aqui no Brasil. Diretamente do empório da bodega, ele saiu na faixa de R$ 70.
Outras opções de vinho tinto você encontra nesse link .
E se você já experimentou o Narbona Tannat Roble 2014, avalie aqui embaixo.