23/08/2021

Desvendando os vinhos de lata da linha Mysterius!

Categoria:  Até R$ 50, Degustação, Espumante, Nacional, Vinho Tinto
Por: Tamine de Moraes
Vinho na lata MysteriusCrédito: Família Kogan

Muitas pessoas pensam em vinho como uma experiência complexa e que envolve – necessariamente – serviço, degustação e harmonização.

Pra elas, é um universo comprometido pelas técnicas e pela seriedade.

Daí essas mesmas pessoas voltam pra casa e bebem uma cerveja gelada no gargalo. Não medem tempo pra fazer chá, guardam a vodka no freezer, servem a cachaça num copo de requeijão e fazem um gin tônica no olho.

Essa desenvoltura que se tem com outras bebidas é a mesma que se deveria ter com o vinho. Pode não parecer óbvio, mas, tão importante quanto entender as técnicas, é saber beber sem a rigidez de um processo de degustação.

Por sorte, não me sinto sozinha nessa história. Enquanto alguns insistem em atrelar a formalidade ao vinho, outros já entendem que eles não precisam andar juntos o tempo todo. E é nessa linha de pensamento que entram as embalagens alternativas, tais como o bag in box, o vinho em growler e o vinho na lata, que se multiplicaram nos últimos tempos e podem ocupar um lugar onde o rigor não é uma boa opção.

Surfando nessa onda, eis que compartilho a minha terceira experiência com os vinhos na lata. Pra quem não lembra ou não viu, já passaram por aqui as linhas Vivant e Arya. Pra coleção de memórias, a escolhida da vez foi a linha Mysterius, desenvolvida pela Vinícola Guatambu.

Pra começar, um pouco de história: situada no coração do Pampa Gaúcho, a Vinícola Guatambu é uma empresa familiar com atuação no agronegócio desde 1958. Segundo o site oficial, ela iniciou o projeto de produção de uvas viníferas em 2003, a partir da implantação do vinhedo com mudas importadas da França e da Itália. Já em 2013, inaugurou uma das mais belas e estruturadas vinícolas brasileiras.

A ascensão da empresa foi rápida, tal qual o reconhecimento do seu trabalho. Em 2017, a vinícola recebeu o Selo Solar, uma iniciativa do Instituto IDEAL – em parceria com o WWF-Brasil e Cooperação Alemã -, em razão de seu parque solar que atende 100% a demanda energética para a fabricação dos vinhos.

A vinícola foi construída pra ser sustentável e é com esse diferencial no mercado que ela segue na produção de vinhos e na promoção do enoturismo. Atualmente, está sob o comando da terceira geração familiar e apresenta um portfólio riquíssimo e bem variado e que vai do vinho tradicionalmente engarrafado ao vinho de lata.

A linha Mysterius, cujas ilustrações são do artista plástico Fabio Issao, conta com 2 opções:

  • Intuição: um espumante brut que leva 100% da uva Prosecco e é feito a partir do método Charmat; e
  • Veraz: um tinto convencional e que leva as uvas Cabernet Sauvignon, Tempranillo e Tannat.

Mas e por que lata? Vale compartilhar a descrição que a própria Vinícola Guatambu faz sobre a proposta: a lata traz inúmeros benefícios: é reciclável e diminui o desperdício daquele restinho chato que sobra na garrafa. Além disso, devido ao isolamento para o ambiente externo e a vedação à entrada de luz, a lata esfria mais rápido, protege o vinho dos raios UV e preserva todo o seu sabor. São democráticas e descomplicadas.

Feita a apresentação, vamos às impressões:

Vinho MysteriusCrédito: Família Kogan
Vinho na lata Mysterius GuatambuCrédito: Família Kogan

Mysterius Intuição
Um espumante de aromas sedutores e que trazem à memória abacaxi, lichia, maçã verde, além de hortelã. De perlage discreta, bem ligeiro e fresco, com um final médio e um retrogosto que lembra chá de casca de abacaxi.

Mysterius Veraz
Um tinto floral. Além da violeta, traz a ameixa e uma nota terrosa em primeiro plano. Ele tem o corpo médio, taninos finíssimos e uma boa acidez. No geral, é agradável e bom pra parear com petiscos e lanches.

Aliás, o espumante também pode perfeitamente acompanhar refeições casuais. Só é importante considerar que, tanto ele quanto o tinto, trazem um sutil amargor residual. Por conta disso, é importante se atentar à combinação pra não acentuar essa sensação nem na comida e nem nas bebidas.

vinho e pizza

Na vibe forno à lenha e meia-luz, harmonizei os vinhos com 2 pizzas clássicas: calabresa e margherita. O espumante pareou melhor com a margherita e teve seu caráter frutado bem destacado. Se a pessoa não estiver tão comprometida com técnicas, o espumante vai deixá-la salivando pra morder a de calabresa, pizza que sempre se destaca pelo sabor. Já o tinto e a margherita não interagiram bem e renderam uma (esperada) aspereza no paladar. Enquanto isso, o tinto com a de calabresa e azeitona preta rendeu um sorriso.

As latinhas são vendidas em vários canais, entre eles o site Família Kogan e o e-commerce da Vinícola Guatambu. A faixa média de preço é de R$30 reais por lata.

Semana passada eu vi que a linha cresceu e chegaram duas novas versões – um vinho branco e um vinho rosé. Logo mais tem resenha!

Outras degustações desse blog? É só clicar aqui.

Se você já experimentou os vinhos de lata Mysterius, avalie aqui embaixo!

1 Estrela2 Estrelas3 Estrelas4 Estrelas5 Estrelas
(Esse vinho ainda não foi avaliado)
Loading...


Categorias