Se o assunto é vinho, acredite: ninguém está livre de cometer pequenos equívocos.
Algumas gafes ao falar, comprar, degustar, harmonizar e armazenar um vinho podem acontecer por puro desconhecimento e até porque “alguém disse que é assim, então deve ser assim”.
Certos cuidados em relação aos vinhos não são (e nunca serão) firulas! É preciso que você tome algumas precauções para evitar não apenas constrangimentos, mas também perda de tempo e de dinheiro.
Nós listamos 5 gafes que até os bebedores de vinhos mais experientes estão sujeitos a cometer no dia a dia.
Preço de vinho não define qualidade! São muitas as variáveis que influenciam no valor final de um exemplar: custo, lucro, renome do produtor, pontuação, premiações, entre outras. Fora que os preços que você encontra no Brasil sofrem a influência de todas essas variáveis e mais uma: imposto. Tanto é assim que um mesmo exemplar importado comprado por menos de 20 euros direto do produtor pode ser vendido aqui por mais de 200 reais.
Como se não bastasse isso, preço não define se você vai gostar do vinho. Paladar é uma questão muito relevante, ainda que uma parte das pessoas desconsidere isso. Quer coisa mais triste que pagar um vinho caríssimo, em não-sei-quantas-parcelas e detestar? Conhecer os estilos de vinhos que mais representam o seu perfil, independentemente do valor de mercado, é essencial, pois evitam prejuízos e frustração.
Os principais motivos que justificam a devolução de um vinho são a oxidação, que pode ter sido causada por um engarrafamento problemático, por mau armazenamento ou por força do tempo e o vinho bouchonné (doença da rolha). Nos dois casos, haverá defeitos no aroma (você poderá sentir odor de vinagre, de mofo, de chulé, de animal, entre outros) e no sabor.
Há outros defeitos, como vinhos com forte aroma de fósforo riscado ou ovo podre (que revela excesso de sulfitos) e vinhos finos com aroma de suco de uva (característica que é comum dos vinhos feitos com uva americana), os quais, também, podem ensejar a devolução do exemplar.
Agora, se você simplesmente não gostou do vinho por conta das suas características – ele é muito tânico, é muito ácido, é muito forte, é muito seco ou, simplesmente, não “faz o seu estilo” – não há motivo para devolvê-lo. Características ou juízos de valor (gostei ou não gostei) não são defeitos que justifiquem isso.
Caso você tenha receio de pedir um vinho ou de comprá-lo às cegas, peça informações ao sommelier ou ao lojista para tentar evitar esse tipo de constrangimento.
Vinho é um item de consumo e, por isso, tem restrições quanto ao armazenamento. Há muitos que o guardam de qualquer jeito: abertos fora da geladeira, em ambientes muito quentes e úmidos e até ao lado de produtos químicos.
A adega é o local ideal para manter uma garrafa de vinho, mas, pelo preço, ela não é uma opção viável para a grande maioria.
Só que nem por isso você precisa deixar seus vinhos armazenados de qualquer jeito: guarde-os em um local mais fresco, sem que haja grandes oscilações de temperatura, que não seja nem muito seco e nem muito úmido (nos casos das rolhas, elas podem ou rachar ou mofar), que seja mais escuro (a luz pode acelerar o envelhecimento do vinho), sem trepidações e longe de produtos – químicos ou não – que podem transmitir odores ao vinho.
Uma vez aberto, o consumo deveria ser imediato, mas se não for possível, você precisa vedar bem a garrafa antes de colocá-la na geladeira. Há diversos dispositivos no mercado, tais como as bombas a vácuo e o winesave, que dão uma sobrevida ao vinho aberto. Se você não quer ou não tem condições de ter acesso a esses aparelhos, feche bem o vinho com a própria rolha ou tampa, deixe-o sob refrigeração e tente consumi-lo, no máximo, em até 48h. Ele não será mais o mesmo, mas não estará necessariamente ruim ou impróprio.
Esses detalhes são importantes, pois podem evitar que você, ao invés de vinho, sirva vinagre ou coisa pior.
A experiência nos ensina a conhecer os limites do corpo e a evitar os desastres causados pela embriaguez. Mas, no calor do momento, é comum muitos “se passarem” e beberem demais. Isso pode acontecer, mas não significa que deva ser usual. E nem é bom que seja.
Beber vinhos com moderação é mais agradável, é mais saudável e é mais sustentável, principalmente se você pensar no dia seguinte. Além do fato de você mal se lembrar do que bebeu, um porre de vinho também significa que você vai passar bem longe de uma garrafa por um bom tempo, então para que arriscar?
Nós conhecemos muitas pessoas que amam falar sobre vinhos e que verbalizam as suas emoções da forma mais apaixonada possível. Mas discursos acalorados que envolvem julgar o gosto e o comportamento alheios estimulam muito mais aqueles que falam do que aqueles que são obrigados a ouvir. Falar demais pode gerar insegurança ou repulsa de quem só quer trocar uma ideia, relaxar ou se divertir.
Conversas são sempre estimulantes, mas limites são necessários. Aliás, beber com moderação é tão importante quanto falar com moderação!
E você? Qual é a maior gafe que alguém pode cometer quando o assunto é vinho? Deixe seu comentário.