Harmonização de vinhos é um assunto que rende muito. Há quem diga que vinho não foi feito para harmonizar e há quem só pense nisso. Fato é que os vinhos podem ser bebidos sozinhos ou ao lado de diversas refeições – simples, chiques, doces e salgadas. Mas dá para combinar vinho com feijoada? Sim. E com moqueca? Dependendo dos ingredientes, sim. E com pamonha? E com paçoca? E com buchada?
Nós não curtimos as chamadas “regras de harmonização”, justamente por conta da infinidade de pratos e de temperos que existem por aí. Em suma, o que funciona para nós é o “comeu junto com o vinho e gostou? Então combina”. Sem drama e sem polêmica.
Voltando para o nosso dia a dia, adoramos beber um vinho ao lado de queijos e de massas. Nada como uma tábua de queijos ou um prato de macarrão com frutos do mar, regados a uma boa e farta taça de vinho. É sério: nem cerveja ganha o páreo.
Mas sejamos realistas: a variedade de queijos e de molhos é tanta que apontar um único vinho ou uma única variedade como a “ideal” para esses pratos não é bom o bastante. E nem é exato. Além do famoso gosto é gosto, dependendo da forma como um vinho é feito, afirmar que um Chardonnay combina com um fettuccine alfredo é uma enrascada, já que um Chardonnay brasileiro pode ser completamente diferente de um Chardonnay francês, americano e diferente até de um outro Chardonnay brasileiro, feito em uma outra região do País!
O que se pode afirmar com segurança é que combinar vinhos com refeições não é um exercício científico. Nada é absoluto, pois se tratam de sensações. Nós já testamos muitas das tais regras de harmonização e, apesar de algumas realmente terem dado certo, outras deram tão errado que nos fizeram desistir de beber o vinho, porque o choque de sabores era simplesmente desagradável.
Por isso é que nós gostamos de dar dicas e sugestões para que você amplie as suas opções e descubra como deixar o seu almoço ou o seu jantar muito mais interessante com vinhos.
Segundo as regras que tem por aí, há um tipo ideal de vinho para cada tipo de queijo. Só que, na prática, como é que fica? Se eu quero fazer uma tábua de queijos, eu escolho só um tipo de queijo para comer com vinho ou vou ter que comprar um milhão de vinhos para combinar com a tábua toda?
Na vida real, se temos um vinho branco ou rosé à mão, apostamos em queijos mais delicados (tipo muçarela de búfala, queijo minas, prato, serra da canastra, ricota, feta etc.), pois, do contrário, é bem possível que o sabor do vinho roube a cena. Essa ideia vale para aqueles queijos cremosos tipo burrata, brie e camembert, que ficam ainda mais gostosos se esses vinhos tiverem uma acidez presente.
Se o queijo for mais forte, tipo parmesão, provolone e gorgonzola, optamos por vinhos tintos de sabor leve. Se o vinho for mais adocicado, os queijos mais salgados podem criar um contraste de sabor e deixar a combinação bem interessante! Vale a pena apostar em vinhos brancos e rosés também, desde que estes possuam um sabor mais marcante.
Espumantes e frisantes são coringas e podem ser uma boa opção, caso a ideia seja servir vários tipos de queijos e não estourar o orçamento.
Certa vez, fizemos um teste bem simples com queijos e o vinho Maycas Limarí Sauvignon Blanc 2011 : a interação de sabores foi bem interessante e, claro, muito gostosa!
Não existe “a melhor estação do ano” para comer massas: verão ou inverno, uma macarronada ao lado de um vinho é um carinho na alma. Tem vários tipos de massas por aí, várias formas de combinar os temperos, muitos molhos bem saborosos e, mesmo diante dessa variedade toda, em geral, passamos longe dos vinhos tintos muito potentes.
Na verdade, depois de uma série de erros e acertos envolvendo vinhos e massas é que nós decidimos que, diante de molhos mais fortes, com carne vermelha ou com embutidos, a melhor opção seria um tinto de sabor presente, mas não intenso ou carregado demais para não mascarar o sabor do prato.
Se o molho for leve, tipo pesto, carbonara ou com vegetais, gostamos bastante daqueles vinhos brancos que têm uma boa acidez. Se tiver carnes brancas ou frutos do mar no meio, sempre consideramos os brancos ou os rosés de sabor mais presente e frescos.
Espumantes e frisantes também podem ser considerados e, aliás, casam muito bem com os vários tipos de massa, principalmente se os molhos forem mais gordurosos, com queijo ou à base de manteiga, leite e creme de leite.
Duas experiências que valem a pena compartilhar: uma com o Casal Garcia Vinho Verde 2015 e a outra com o Château Grand Vignereau Bordeaux 2014.
E você? Tem alguma combinação favorita? Diga para nós!