02/05/2018

Diário de bordo: Quinta do Infantado

Categoria:  Eventos
Por: Vitrine dos Vinhos
Quinta do Infantado Enoturismo

No último dia de tour, nós dedicamos a nossa atenção para uma outra região de Portugal: o Douro. E a primeira visita aconteceu lá na Quinta do Infantado!

Antes da visita em si, é importante dizer que a região do Douro é linda. A sensação era de estar dentro de uma pintura. Algumas vezes choveu, bateu um vento forte e o sol se escondeu. Nessas horas, lacrimejamos de frio e rezamos por vinho e uma lareira. Porém, quando tínhamos uma trégua e o sol surgia, precisávamos nos conter porque a vontade era tirar foto de absolutamente tudo!

As paisagens eram tão deslumbrantes que ficávamos calados o tempo todo. Foi realmente estonteante.

Bom, já na Quinta do Infantado, fomos recebidos pelo Pedro que nos mostrou toda a estrutura local (as salas, os equipamentos e as barricas) onde se produziam os vinhos da quinta.

Os vinhos do Porto não são exatamente os vinhos que mais bebemos no dia a dia. Principalmente por conta do preço que, considerando as taxas de importação + lucro, soa uma piada. A falta de hábito de beber esse tipo de vinho faz com que saibamos um pouco menos, em termos de possibilidades de processos de vinificação, principalmente em comparação com tintos e brancos. E por isso mesmo é que essa visita significou bastante para nós!

Tudo o que vimos, provamos e aprendemos nos fez compreender melhor sobre as particularidades da região do Douro, do solo ao clima, sobre as possibilidades de vinificar um vinho do Porto e até sobre as diversas exigências (inclusive burocráticas) em relação à manutenção da qualidade dos vinhos lá produzidos. Os vinhos do Porto têm denominação de origem e, entre outras regras, precisam passar por uma comissão para atestar a sua qualidade antes destes serem postos à venda.

Especificamente sobre as formas de vinificar, a Quinta do Infantado, em particular, possui vinhos do Porto menos doces. A quinta opta por deixar a fermentação alcoólica durar um pouco mais antes de adicionar a aguardente vínica e interromper o processo. Isso significa que mais açúcar foi transformado em álcool, mais seco será o vinho do Porto e menos aguardente vínica será preciso, já que mais álcool foi produzido naturalmente.

Há diversos tipos de vinho do Porto (Ruby, Tawny, LBV, Vintage, Reserva…), cada qual vinificado de uma forma, mas considerando a quantidade de assunto que isso rende, vamos dedicar um post sobre isso mais tarde. Por ora, mas é bom frisar que a aula que recebemos nesse dia, somada à degustação de vários tipos de Porto, esclareceu bastante!

Depois de percorrer o local e aprender bastante sobre o funcionamento da quinta, fomos à bela sala de degustação, onde ocorreu o que foi a mais abrangente e generosa prova de vinhos de todo o tour. Tivemos a oportunidade de experimentar vários exemplares, entre tintos, um porto branco e outros portos belíssimos que a quinta produz.

As tantas possibilidades de sabor e texturas nos fizeram repensar com carinho nos vinhos fortificados, pois já havíamos degustado alguns exemplares, mas nada parecido com a qualidade do que encontramos lá.

Levamos para casa um exemplar, quase chorando porque queríamos levar muito mais! Mala de vinhos lotada dá nisso.

Foi uma visita maravilhosa! Trouxemos para o Brasil a vontade de saber como fazer para comprar outros vinhos do Porto dessa quinta, o que mostra o quanto um tipo de vinho que nos é pouco usual pode simplesmente nos fazer mudar de ideia, considerando o seu sabor delicioso e a sua indiscutível qualidade. Fomos conquistados!


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