O sabor e as características de um champanhe são muito particulares! Além dos segredos da vinificação e do traquejo de cada produtor, o terroir de Champagne é bastante específico e muito especial. Basta provar alguns exemplares para entender que essa bebida é atraente e é bastante surpreendente para o paladar, seja pelos aromas austeros, seja pelo gosto fino e agradável.
Infelizmente, o champanhe é um símbolo de status no Brasil, já que uma garrafa não-safrada sai por volta das R$400, enquanto uma safrada passa tranquilamente dos R$1000!
Quando ouvi falar dos champanhes da Moutard Père & Fils durante meu curso na ABS-SP e soube que a linha de supermercados Angeloni comercializava-os por um preço mais em conta, fui atrás para ver se valia a pena investir nessa história. Alguns exemplares são bem caros e, por isso, não são acessíveis para a grande maioria dos enófilos que curtem um frescor e borbulhas no final de ano. Mas, ao comparar os champanhes da Moutard com outros champanhes, os preços são, de fato, mais atraentes.
Nós resolvemos comprar 2 exemplares de estilos diferentes e o mais especial deles, este 6 cépages (ou 6 variedades de uvas) foi o escolhido para brindar a chegada de 2019.
Vale a pena explicar melhor: a CIVC – Comité Interprofessionnel du Vin de Champagne – autoriza o uso de 7 variedades para a elaboração do champanhe: Chardonnay, Pinot Noir, Pinot Menieur, Arbane, Petit Meslier, Pinot Blanc e Pinot Gris. Geralmente os champanhes utilizam a Chardonnay, a Pinot Noir e a Pinot Menieur, mas esse exemplar da Mourtard vai mais além e utiliza, além dessas, a Arbane, a Petit Meslier e Pinot Blanc, o que é bastante incomum!
Por ser um champanhe safrado, o potencial de guarda, segundo informam algumas lojas virtuais, seria de 15 anos. Nós resolvemos abri-lo agora, aos 11 anos.
Balde de gelo à mão, uma dose de champanhe fresquinho nas taças e partimos para a degustação: trata-se de um vinho espumante branco, com bolhas finas e persistentes e de coloração amarelo-ouro que surpreende e que demonstra o seu grau de evolução. Os aromas que se destacaram foram o de brioche e o tostado, porém, no decorrer da degustação, percebemos um aroma amanteigado e notas sutis de nozes. Ele é seco, mais encorpado, persistente e com uma ótima acidez.
Quando você ouve falar sobre a “elegância” de um vinho, o que deve vir à mente é o equilíbrio entre o sabor, o corpo e as texturas do exemplar. Esse foi o caso! Os aromas são intensos e convidativos, o sabor é marcante e, ao mesmo tempo, delicado e agradável e a acidez viva nos deixou salivando e desejando mais um gole. Ele é, portanto, elegante, macio e gostoso e foi uma ótima aposta para esse final de ano!
A ideia não era harmonizá-lo, mas a torta de tomates confitados com queijo boursin da Mesa III acabou formando um par delicioso!
Um recado aos fãs de proseccos, cavas, champanhes e espumantes e aos fãs de vinhos tintos, brancos e rosés: se o dinheiro não estiver curto demais, considerem esse belo exemplar! Não é um investimento barato – ele saiu por R$299 no Supermercado Angeloni de Florianópolis/SC – porém ele é um investimento bem saboroso!
Se você já teve a chance de provar o Champagne Moutard Cuvée 6 Cépages Brut 2007, aproveite para avaliá-lo!
E, também, aproveite para conferir alguns links úteis: o primeiro é sobre os vinhos espumantes e como diferenciá-los ! E o segundo é um apanhado dos vinhos borbulhantes que já passaram por aqui!
Um brinde!