23/11/2016

Vinhos Chardonnay

Categoria:  Artigo
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Apesar de uma grande parcela das pessoas preferirem os vinhos tintos, não se pode ignorar a delicadeza ou a potência de sabor que os vinhos brancos possuem!

É certo que existem vinhos brancos bem leves e frescos, que agradam principalmente nos dias mais quentes, contudo, é possível encontrar exemplares bem ricos e complexos, capazes de surpreender apreciadores de vinhos no mundo todo.

Apesar de ser cômodo fixar parâmetros para definir uma variedade de vinhos (tintos são intensos, brancos são leves, espumantes são adocicados…), acreditar cegamente nisso pode se revelar em um belo e triste engano. No artigo passado revelou-se detalhes da uva Malbec, uma matéria-prima especial e com o potencial de gerar vinhos (varietais ou de corte) excelentes. O artigo de hoje vai revelar mais sobre a uva Chardonnay, bastante popular entre os adoradores de vinhos brancos.

Qual é a origem da uva Chardonnay?
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A uva Chardonnay originou-se na Borgonha (França) e, até os dias atuais é uma das mais importantes uvas brancas cultivadas nessa região. É uma uva bastante flexível, em termos de terroir (clima + solo) e por isso, espalhou-se pela França com bastante facilidade, particularmente nas regiões de Bordeaux e de Champagne.

Assim como ocorreu com diversas outras cepas francesas, a uva Chardonnay não se limitou ao país de origem e foi espalhada em diversas regiões e países. Exceto pelos países de climas extremos, ela se desenvolveu muito bem em várias localidades, como na Itália, na Espanha, nos Estados Unidos, na Argentina, na Austrália e no Brasil, garantindo excelentes exemplares.

Assim como a Malbec, ela também se desenvolveu melhor em outro país?
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Eis uma particularidade da uva Chardonnay: ela é bastante adaptável. Inclusive, as suas características não seguem um padrão absoluto, pois variam de acordo com as condições climáticas e geológicas locais. Justamente por isso ela é considerada coringa por alguns produtores, já que não é apenas possível cultivá-la com mais facilidade: é possível, também, atribuir características desejáveis logo no cultivo dessa uva.

É vantajoso cultivar uma uva assim, que não possui um estilo definido?

Na realidade, a uva Chardonnay não é unânime entre os apreciadores de vinhos, justamente por ser “inofensiva” e ter essa adaptabilidade, a qual a faz assumir características diversas e não ter uma personalidade definida. Essa versatilidade, no entanto, não é plenamente rejeitada por todos os amantes de vinho, pois é essa maleabilidade que a torna uma coringa frente às demais uvas brancas, já que ela tem um potencial maior para absorver intempéries e expressar as intenções e o know-how do produtor.

Agradando ou não, é inegável que a uva Chardonnay é uma cepa de alta qualidade tanto para a elaboração de vinhos varietais, quanto para dar aroma e estrutura para vinhos assemblages, sem falar que ela é uma das protagonistas dos tão famosos e consumidos champanhes. Ela é tão empregada, ainda, que eis um destaque sobre essa uva: é possível encontrar nos rótulos de vinhos franceses a expressão Blanc de Blancs, que pode significar um vinho branco feito com uvas brancas. Porém, especificamente na região de Champagne, a expressão indica que o vinho (notadamente o champanhe) foi feito 100% com a uva Chardonnay.

É possível definir que tipo de vinho essa uva pode produzir?

Sim, apesar da ausência de um padrão aromático e de sabor, quase sempre o vinho varietal possui uma acidez mais viva e um sabor frutado e delicado. Contudo, em comparação com as demais cepas brancas, a Chardonnay é a uva que mais se presta ao envelhecimento em barris ou barricas de carvalho, processo que proporciona vinhos mais encorpados, com acidez equilibrada beirando ao levemente ácido, mais complexos e persistentes, amanteigados e com potencial de guarda. Ao ser empregada na produção de vinhos espumantes, confere a eles aromas, frescor e capacidade de envelhecer.

E se eu quiser harmonizar, aposto no que?
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Devido às características diversas que a uva Chardonnay pode assumir, é evidente que as combinações podem ser bem variadas. Em termos gerais, os vinhos não envelhecidos combinam com carnes brancas (cozidas, grelhadas ou assadas) como peru, galeto, frango, além de frutos do mar em preparos mais leves (como peixes e camarões grelhados ou cozidos, ostras ao bafo, entre outros). Envelhecido, o vinho combina com preparos mais fortes e untuosos, como um salmão grelhado, caldeirada de frutos do mar, tábua de queijos e até massas com molho branco.

Quando a Chardonnay faz parte da elaboração de vinhos espumantes, harmoniza bem com aperitivos, refeições mais gordurosas (costelinha de porco ao forno, lasanha de 4 queijos, pizzas) e sobremesas (panetones, rabanadas, torta de nozes).

Considerando todo o potencial dessa uva e as possibilidades de harmonização que ela rende, a melhor dica sobre ela é: se não descobriu um bom vinho da uva Chardonnay, descubra! E se você já descobriu o seu exemplar favorito, prove outros até achar o próximo favorito!


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