Antes de falar deste Shiraz da Yellow Tail, vale a pena contar um pouco da história que está por trás do sucesso da marca.
De acordo com o site do produtor, os fundadores Filippo e Maria Casella saíram da Sicília e chegaram na Austrália em 1957. Lá, começaram a produzir vinhos a partir da seguinte filosofia: satisfazer amigos e a família em qualquer ocasião. Muitos anos depois, já em 2001, John Casella criou a marca Yellow Tail, cujo conceito era bem semelhante ao original: oferecer uma linha de vinhos descomplicados e acessíveis para todos.
A estratégia foi tão boa que a marca rapidamente se tornou um sucesso e conquistou o mercado internacional. Tanto que, segundo a Marketing91, a Yellow Tail alcançou o 5° lugar entre as 10 marcas mais vendidas no mundo em 2018.
Infelizmente, o conceito de fazer vinhos simples e baratos se perdeu quando avançou a nossa fronteira. Não em relação ao conteúdo, mas quanto ao valor de mercado: por aqui uma garrafa chega a ser comercializada por quase 100 reais nas lojas físicas e nos e-commerces. Só para comparar, uma garrafa é vendida por volta de 5 dólares nos Estados Unidos.
Dado o contexto, vamos à história do vinho!
Nós o compramos por cerca de R$70 em um mercado de São Paulo. Fãs de Syrah/Shiraz e a par do que esperar dele, a degustação ocorreu sem muitas surpresas.
Eis as impressões técnicas: trata-se de um tinto bem aromático, com notas de frutas vermelhas maduras, de oliva, além de um toque defumado e bastante couro. Na boca, ele é demi-sec, de leve para médio corpo, com taninos finos, de média persistência e com boa acidez. No geral, ele traz um doçura sutil que é reforçada pelo toque de baunilha e pela fruta. Por fim, sentimos um leve amargor.
Foi difícil encontrar a ficha técnica do vinho. A Via Vinho e a Maison Bertin trazem algumas informações que ajudaram um pouco. Segundo ambas, o vinho estagia por 4 meses em barricas de carvalho francês e americano, o que justifica os aromas e a estrutura da bebida.
É possível ver o conceito do produtor na prática: é um vinho leve e fresco, de aromas agradáveis e de sabor acessível. Se fosse vendido por, no máximo, 50 reais seria muito mais adequado e condizente com a sua simplicidade, além de ir ao encontro do desejo do produtor.
Superada a degustação, nós resolvemos servir umas empanadas de cordeiro (deliciosas!!!) da Quirós Gourmet. Foi uma beleza de combinação, já que a acidez do vinho e os aromas de couro deram destaque para o recheio e nos deixou salivando até o final do jantar.
Acho que vale a pena experimentar esse Shiraz ou qualquer outro vinho da marca Yellow Tail nem que seja uma vez. A proposta de apresentar um vinho fácil de beber é bem interessante, principalmente para quem ainda não tem muita intimidade com esse universo alcoólico. Só continuo achando uma pena que, por aqui, o desejo de lucrar a qualquer custo tenha ferido o conceito geral da marca, que é levar um vinho simples e barato para todos.
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E se você já experimentou o Yellow Tail Shiraz, avalie aqui embaixo.